
Declarações públicas da cientista política levantam teorias sobre alinhamento internacional, perseguição política e risco de fraude eleitoral, sem apresentar provas
A ex-deputada distrital e cientista política Julia Lucy fez duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em declarações recentes divulgadas nas redes sociais. Em tom alarmista, ela sugeriu que o Brasil estaria caminhando para um cenário de autoritarismo semelhante ao da Venezuela e da Rússia, com suposta perseguição a opositores, ameaça à liberdade política e risco de fraude eleitoral. Nenhuma das afirmações, no entanto, foi acompanhada de provas concretas ou referências a fontes oficiais.
Julia Lucy afirmou que Lula seria um “lobo na pele de cordeiro” e que teria intenção de “entregar o Brasil ao domínio chinês”. Também criticou a postura diplomática do governo em relação aos Estados Unidos, acusando o presidente de provocar desnecessariamente o ex-presidente Donald Trump e o atual governo norte-americano, citando embargos e ameaças de tarifas — temas que fazem parte de tensões comerciais pontuais e ainda em negociação diplomática.
A ex-parlamentar afirmou ainda que empresários e cidadãos estariam deixando o país e transferindo seu patrimônio por temerem um “regime de perseguição”. Segundo ela, o governo estaria se aliando ao Judiciário para reprimir opositores, destruir empresas e “tornar a população dependente das ajudas do governo”, desenhando um cenário próximo ao de regimes totalitários.
Especialistas em ciência política ouvidos por veículos da imprensa consideram esse tipo de declaração um discurso de radicalização política, que colabora para o aumento da polarização e para o enfraquecimento do debate público. As comparações com ditaduras estrangeiras e as insinuações de fraude eleitoral são frequentes em discursos desinformativos, principalmente em ambientes digitais.
As falas de Julia Lucy reforçam um padrão de atuação comum em grupos de oposição mais ideológica, que recorrem a teorias da conspiração e ataques generalizados às instituições democráticas. Até o momento, nenhuma autoridade do governo federal ou do Judiciário respondeu publicamente às declarações.